Título: O Tatuador de Auschwitz
Autora: Heather Morris
Editora: Planeta
Resenha: O livro vai nos contar a história real do amor entre Lale e Gita, dois judeus que se conheceram no campo de concentração de Auschwitz, durante a Segunda Guerra Mundial.
Tudo tem início quando Lale é deportado para Auschwitz em abril de 1942. Ele começou tendo que fazer trabalhos braçais, mas depois de ter adoecido, passou a realizar um trabalho mais "leve", se tornando o Tatuador de Auschwitz e o seu trabalho era tatuar os prisioneiros com um número em seus braços, sendo isso a única identidade daquelas pessoas, naquele lugar... o que o obrigava a estar cara a cara com aqueles homens e mulheres que teriam suas almas gravadas para sempre, conforme iam chegando, diariamente àquele lugar.
Em meio a esse trabalho ele conheceu Gita, uma das mulheres mais lindas que já vira - mesmo com aquele olhar de tristeza, solidão e medo. E foi então que ali, na fila para ser tatuada, Lale conheceu o amor da sua vida, que depois de ter conseguido mostrar para ela suas intenções e o seu amor, a conexão entre os dois nunca mais foi desfeita.
“Eu tatuei o número dela no seu braço esquerdo e ela tatuou o seu número no meu coração”
Essa ocupação de Lale lhe dava algumas regalias, como comida extra, ter acesso à administração, um quarto melhor e andar mais tranquilamente pelo campo de concentração. Aproveitando dessa facilidade, ele começa uma série de esquemas para conseguir ajudar os outros prisioneiros e a sua amada Gita e suas amigas, que se resumia basicamente a trocar com alguns construtores joias e dinheiro por comidas e até remédios... desafiando as regras do lugar.
Com o passar dos dias, o amor dos dois vai crescendo e é daí que eles iam tirando a força para sobreviver àqueles dias tenebrosos, naquele lugar horrível, mesmo sem saber qual ou quando seria o fim deles.
No final, após a liberação do campo, Lale e Gita perdem o contato depois que ela consegue fugir do lugar. Mas o destino se encarrega de colocar um na vida do outro novamente e com isso nos brinda com uma linda história que sobreviveu ao caos, se perdeu, mas conseguiu se reconstruir.
É incontestável que Lale teve mais sorte do que a maioria e fez bom proveito disso, tanto para o seu próprio bem, quanto para ajudar mais dezenas de pessoas naquele horror que tinha que presenciar todos os dias.
Como a autora nos conta, esse livro surgiu de uma entrevista com Lale durante algum tempo e além de encontrar o relato de um homem que conseguiu se manter firme, confiante, esperançoso e otimista quanto a um possível futuro com a sua amada... conseguiu construir um lindo livro, que nos trouxe além dos horrores daquela guerra... nos trouxe uma história de amor, esperança, luta pela dignidade e sobrevivência.
O Tatuador de Auschwitz vai nos contar uma história além do amor de Lale e Gita - um amor que ultrapassou todo tipo de barreiras, até a de um campo de concentração, na época mais sombria de suas vidas -, mas vai nos falar também sobre coragem, dor, esperança, sofrimento, persistência, amizade, provações e luta.
Livro de escrita leve e de uma fluidez incrível, quando você menos espera, já devorou o livro - que mesmo tendo uma temática tão pesada, a autora consegue fazer com que o amor do casal se sobressaia ao ponto de tornar todo o enredo gostoso de ler.
Poucas vezes um livro mexeu tanto comigo. Ver o quanto a bondade, o amor e o altruísmo salvou a vida de tantas pessoas nos faz acreditar novamente na humanidade. O Tatuador de Auschwitz é um livro que todos nesse mundo deveriam ler.
