[Acervo Pessoal] Usem as pedras para enfeitar as flores.
Neste mundo de tantos anos. Entre tantos outros... Que
sorte a nossa, hein? ♪
Deveria ser proibido essa coisa das decisões impensadas, das brigas mal
curadas, na ingenuidade aflorada de uma adolescência suave.
A flor que novamente desabrocha, brotou há alguns anos. Um
intermédio entre final de adolescência e começo da vida adulta, ela cruzou essa
transição, desabrochou nas imperfeições de um desenrolar de altos e baixos e se
desfez antes que pudéssemos perceber o quanto poderia ser encantador tudo
aquilo.
Digamos que aquelas idas e vindas fossem mesmo encantadoras,
não fossem pelas vezes que simplesmente não entendíamos o motivo delas e ao
invés de levar na bagagem como aprendizado, depositávamos nas palavras que
nunca eram ditas, nas atitudes equivocadas... Nas palavras de perdão que nunca
saiam, na nossa voz que por tão pouco se escondia.
A vida é um doer sem fim, mas pior que a dor sentida é a dor
dormente. Estacionada, congelada, refrigerando os sentimentos uma vez tão
intensos e que pouco sabíamos do quanto a falta nos afetaria. Mas em meio a todo caos, sempre há os acasos. E há acasos
que são verdadeiros milagres. A gente vai percebendo que nem toda pedra põe um
fim nas coisas. As pedras podem cercar as flores, sustentar as flores, reviver as flores, enfeitar
as flores.
Pode parecer utopia, mas acreditar que o que pareceu ter um
fim, pode retomar aos enlaces, nem sempre é ilusão. Como dizer que é irreal a
ideia de que tudo que vai não volta se muitas relações de amizade são a prova
de que a essência pode ser imutável? Ou talvez o sentimento é que seja sim,
imutavelmente real (...)
Independente dos porquês, existem histórias. História de amizades de idas e
vindas, de distâncias, de saudades mútuas, de contratempos... Mas também
amizades de carinho, confiança, de risos francos, de palavras sinceras... E o
melhor, de recomeços.
É difícil lembrar de quantas vezes na ausência, passa-nos pela cabeça as
lembranças do primeiro contato, perguntamos-nos se àquela amizade foi apenas uma
mera coincidência, aquela velha questão de estarmos no mesmo lugar, na mesma
hora, a mesma boa primeira impressão... Nada mais que isso! Aquela velha ideia
de que nos conhecemos, nos apegamos e como tudo que é rematado a ser pra sempre,
sempre acaba, estávamos ali... desenlaçando tudo que ao primeiro contato parecia ser eterno, porque nós nos
prometíamos que assim seria.
O tempo, como melhor precursor de trazer de volta o que nunca deveria ter partido,
age mais uma vez em mais um estigma, resgatando dos enterrados e longos dez anos, as meninas
que ficaram para trás e que haviam levado com elas todas as recordações. Mas muito
do que elas enterraram era necessário, afinal, nada teria dado certo se ainda
tivessem os resquícios da imaturidade
que as sondava.
Entretanto, muito claramente - HOJE - e abrindo parênteses, eu preciso dizer que eu não imaginaria tê-la de volta aos meus dias, simplesmente
pela infeliz decisão de manter longe o que eu na minha infeliz certeza não
aceitava ter perdido, daquela forma tão desacertada... Se acima daquilo havia
tantas promessas, tanta magia em tornar enraizada uma relação
que eu sempre apostei ser verdadeira. O tempo me ajudou muito nesse tempo sem você, porque me ajudou a perceber que
amigos serão sempre amigos, não importa a dimensão nem a intensidade das
dificuldades. Eu sabia que quando eu enxergasse você novamente aqui, meu
coração estaria de novo aberto, para receber o seu também aberto. Porque
algumas pessoas dizem que as amizades verdadeiras sempre voltam, na verdade eu
acho que as amizades verdadeiras nunca nos deixam.
Pode parecer loucura, mas eu nunca senti que a sua partida era definitiva, talvez
porque por mais que eu sempre tentasse me enganar, por mais que eu lutasse para
me fazer crer que da nossa amizade só havia ficado os retalhos ruins por ter
sido tão cheios do que eu passei a acreditar ser ‘inverdades’, há algo aqui que
sempre quis me mostrar que você nunca ‘se foi’ de verdade. Seria uma questão de tempo para
reflorescer o que só estava fechado. Mágoas existem para nos provar que nada é perfeito. E que bom que essas mágoas
existiram, porque é bom saber que nossa amizade nunca foi perfeita, como eu não
quero que seja. Amizades são ambíguas se são consideradas perfeitas.
Enfim, aqui estamos! Porque àquela velha flor de que falei no início sobreviveu.
Sobreviveu porque sempre vai existir algo no mais íntimo dela que sempre vai
resistir às turbulências que qualquer relação de amizade dissipa e porque quando é pra ser SIM, tem-se todo um universo conspirando à favor.
Eu quero, eu desejo que AGORA, nossa amizade seja sem aspas. Que eu possa falar
de você sem ter que restringir prioridades, sem ter que arredar o que é real
hoje, como o que eu ‘achei’ que fosse ontem. Quero aproveitar para pedir
desculpas se em algum momento eu criei uma expectativa superficial da minha
amizade em você. Quero também agradecer por sempre ter sido a mesma pessoa
comigo, por ter também guardado o que de bom existiu na nossa amizade para que
hoje eu pudesse estar tendo essa oportunidade em que em encontro agora...
...De te dar um oi novamente e enfeitar
nossas flores.
Oie, tudo bom?
ResponderExcluirQue texto mais lindo!! *.*
Amei cada frase...
Beijos,
Juh
http://umminutoumlivro.blogspot.com/
Obrigada *.*
ExcluirOi, Thay!
ResponderExcluirEsse texto é seu? :o
Mes parabéns, muito belo e singelo.
Como dizer que é irreal a ideia de que tudo que vai não volta se muitas relações de amizade são a prova de que a essência pode ser imutável?
Achei essa parte linda, linda, linda! <3
Beijo
- Tami
http://www.meuepilogo.com
Meus parabéns*
Excluir;)
É meu sim, Tami!!!
ExcluirVocê sempre fofa!
Obrigada <3
Olha, não é um textinho não, é um textão mesmo! No bom sentido! Eu adorei, achei profundo, tenso, tocante! Adorei mesmo! parabéns!
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
Obrigada, flor!!
ExcluirBeijinhos :*