[Resenha] Orgulho e Preconceito


Título: Orgulho e Preconceito

Autora: Jane Austen

Editora: Martin Claret

Resenha: A maravilhosa Jane Austen nos apresenta Elizabeth Bennet - apelidada de Lizzy - a segunda das cinco filhas dos Bennets, moradores de Longbourn. Trata-se de uma família comum. Eram aristocratas, mas sem grandes luxos e sem as regalias que os melhores costumes da época e as melhores famílias possuíam e onde ter um nome de peso, boa aparência e casamentos bem sucedidos resumem os desejos de uma época que tão bem ficou conhecida por seu avanço econômico, registrado na Inglaterra - século XIX - em um período onde nitidamente fica visível os costumes, regras, ambições e preconceitos da sociedade inglesa.

As filhas mais velhas, Jane e Elizabeth são tidas pelo Sr. Bennet como as mais sensatas. Lydia é a mais nova e é tida como a mais fútil e imprudente, sem se importar com a conduta, vive a flertar com os moços que chegam à cidade - aliada a Kitty, que cobre todas as suas inconseqüências. Mary é a menos interessante das cinco e vive a estudar piano, vendo qualquer outra atividade como pouco atrativa. Numa sociedade aristocrata, onde as filhas não podiam herdar a propriedade do pai, tornava a ambição da Sra Bennet, um desesperado desejo de casar todas as suas filhas, muitas vezes empurrando-as para os rapazes de boas condições.

Todo o movimento começa quando a notícia que um cavalheiro jovem e rico, de nome Bingley, está prestes a chegar e se alojar na propriedade de Netherfield, próximo a propriedade deles. Com a esperança de que o Sr. Bingley possa vir a se interessar por uma de suas filhas, a Sra Bennet sugere que o marido o visite. Este, dotado de um sarcasmo notável e praticante habitual de contrariar a esposa, se recusa. Quando enfim a esposa se conforma à teimosia do marido, ele visita o jovem, e assim uma relação entre as famílias tem início.

A comitiva de Bingley inclui além da irmã - Caroline Bingley, seu melhor amigo, o Sr. Darcy... lindo, sofisticado, inteligente e muito mais rico que ele. Um baile é dado no intuito de estreitar os laços e Bingley é bem recebido pela comunidade, enquanto Darcy, além de se recusar a dançar com as moças ali presentes e achá-las todas indignas de dançar com ele devido ao seu poderoso status social, assumia uma postura distante, arrogante e até um tanto orgulhosa. O que fazia facilmente gerar repulsa nos habitantes da região, principalmente na família Bennet. Darcy era o exemplo perfeito do comportamento que era muito comum da época, a riqueza aliada ao ar de superioridade. Um orgulho sustentado pela riqueza, a diferença social posta acima dos valores.


Jane, a mais velha de todas, é quem é notada pelo Sr. Bingley, que a tira para dançar e só tem olhos para ela a noite inteira. E que com o passar dos dias, mais se aproximam. Mas que como conseqüência da influência da época e exigência daquela sociedade, sendo o orgulho e preconceito sentimentos tão comuns, o casal começa a sofrer as interferências da oposição, que achava, sobretudo, Jane socialmente inferior... fazendo assim com que Darcy temesse a honestidade do sentimento de Jane - a julgar pela família interesseira que ele estimava ser a dela e - pela Srta Bingley, que de início fingiu aprovar o romance.

Ao mesmo tempo, Elizabeth, ferida pelo comportamento do Sr. Darcy no baile, passa a desprezá-lo de todas as formas. E enquanto tinha de um lado a ostentação da estima do Sr Darcy - o que o próprio fazia-se diferenciar dos demais -, ela tinha, com toda perspicácia, o comportamento atrevido, típico de quem não estava disposta a deixar barato... Criando assim situações embaraçosas, recheadas de diálogos sarcásticos, onde a ironia de Lizzy, muitas vezes se sobressaia ao temperamento soberbo dele. Os dois possuíam uma personalidade forte, o que fazia com que as passagens em que discutiam fossem dotadas de travessões muito bem humorados e irônicos, mas que quando compatível com a sagacidade dos fatos, revelava informações de início sempre mal interpretadas - por eles estarem muito mais preocupados em um atingir um ao outro.

Assim, no desenrolar da história, Lizzy e Darcy se encontram com mais freqüência do que gostariam. Até que Bingley, suas irmãs e ele partem sem ao menos uma despedida, o que resulta em desespero para Jane e para pouco entendimento dos demais. Lizzi, se vendo obrigada a consolar a irmã, ainda tem de lidar com todas as informações fortes que Mr. Wickham, - um soldado recém chegado à cidade e que compartilha do mesmo desprezo ao Sr. Darcy - tem a acrescentar. Mr. Wickham, fingindo mágoa e alegando ter sido destratado por Darcy, vai plantando na cabeça da moça, muito mais defeitos do moço, do que ela mesma encontrara por si própria. Ao mesmo tempo em que tudo isso acontece também é chegado ao lugar o Mr. Collins, primo das moças e o provável herdeiro da propriedade, que ao chegar, desperta o interesse da Sra Bennet para que se case com uma de suas primas, gerando o interesse do moço por Lizzy - que o despreza.


Uma fase movida por tantos importunos era muito para a Sra Bennet aguentar. E esta, começa a desprezar a filha por ter rejeitado o tão vantajoso primo. Sem perspectivas, elas tentam tocar a vida, até que todos que se foram, voltam! Sr. Bingley e Jane têm outra chance, depois que Lizzy descobre a interferência do Sr. Darcy no rompimento deles e o segundo, arrependido – tão quanto apaixonado - tenta consertar todos os erros e romper todas as barreiras do relacionamento do amigo, que ele mesmo impôs por pura vaidade. E diante de tantas idas e vindas, Lizzy e Darcy vão descobrindo todos os mal-entendidos... mesmo a moça tendo sido tão resistente de início e demorado a confiar nas palavras arrependidas dele.

Assim, em meio a tantos encontros e reencontros, cartas esclarecedoras e conversas premeditadas, dão-se conta do quanto são apaixonados um pelo outro, mesmo com todas as dificuldades de admitir isso.

Uma obra rica nos mais lindos detalhes. Uma sociedade marcada por uma hierarquia que colocava o orgulho acima de tudo, o que fazia com que classes distintas sofressem o desprazer de conviver com outrem e onde apenas o respeito e a finesse da época faziam com que esses encontros fossem sociáveis, quando nem sempre eram calorosos. Diálogos muito bem feitos, dotados de humor e saber deram à obra um jeito único, tornando a narrativa de Austen envolvente e excitante. As descrições nos levam facilmente para o século XIX e se torna muito fácil conhecer e compreender os costumes da época e de uma sociedade vangloriada por suas tradições e costumes, o que deixou claro o quanto o preconceito definia o rumo dos acontecimentos e o quanto o orgulho, na sua forma mais ostentada, definia a perpetuação das classes mais favorecidas.

Todos nesse mundo deveriam se dar ao prazer de conhecer a audaciosa Elizabeth Bennet e o sofisticado Sr. Darcy. Um amor capaz de romper todas as barreiras.

Sem mais... Um verdadeiro deleite!

10 comentários:

  1. Oi, Thay! Eu sempre quis ler esse livro, lembro-me bem pouco do filme mas infelizmente eu nunca tive oportunidade. Eu amo romances de época e quero muito conhecer a escrita da Jane <3 Amei as fotos!
    Leitora Encantada

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  2. Thay, esse livro está na minha meta para esse ano ainda. Preciso ler!
    Parabéns pela resenha!
    bjs

    Amor por Livros

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  3. Queria tanto ler o livro esse ano! Infelizmente não vai dar.. a lista de livros ta grande haha
    A resenha está ótima! Bem explicadinha, parabéns!
    Beijos ❤
    JP

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  4. Esse já ta na lista! mas quem disse que consigo ler? sempre acabo colocando outros na frente T.T mas depois que eu li sua resenha eu PRECISO comprar logooo, e vai ser com essa capa, eu vi que tem outras também né? mas essa em particular é linda <3
    beijoss
    http://agridoceleitura.blogspot.com.br/

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  5. Oi Thay!! Jane Austen é maravilhosa né? Concordo com vc que é uma obra rica e o filme tb é muito bom!! Me deu até vontade reler! <3

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  6. Flor, Jane Austen é minha autora/musa inspiradora. eu adorei o livro e o filme. Todos com muita classe. a escrita é perfeita, não tem como não amá-la né? adorei sua resenha, ficou nota 10 beijos

    Taynara MEllo
    www.indicarlivros.com

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  7. Olá Thay, tudo bom?

    Essa edição é maravilhosa. Estou com esse livro para ler e ano que vem será uma das primeiras leituras de 2017. Adorei sua resenha e me deixou com mais vontade de lê-lo.

    Beijos,

    Gnoma Leitora

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  8. Oi, Thay!
    Nossa, essa edição é linda! Mas o livro não é muito o meu estilo de leitura. Todos falam super bem, qualquer hora eu vou ter que dar uma oportunidade pra essa autora! Ótima resenha!
    Beijos!
    Borboletas de Papel | fanpage - twitter - instagram

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  9. Orgulho e Preconceito... um verdadeiro clássico que deve ser lido por todos que amam a literatura, ainda nao li, pois nao tive a oportunidade, porém está na minha lista de algum dia chegar a ler, é um clássico como ja falei e clássicos merecem ser conhecidos por todos!

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