[Resenha] Para Sempre Ninão - Rodrigo Coelho!

Título: Para Sempre Ninão

Autor: Rodrigo Coelho

Editora: Coletivo Editorial


Resenha: O livro, nas suas mais lindas formas, narra a trajetória de Ninão ao lado de Rodrigo, seu tutor. Narrado pelo ponto de vista do próprio Ninão, ‘Para Sempre Ninão’ conta todo o caminho traçado por essa dupla, desde a adoção ao momento da partida.

De antemão, o prefácio já nos dá uma ideia das peripécias que vamos encontrar no decorrer do livro e o prelúdio, das emoções.

Rodrigo nos leva para dentro da sua casa e através de relatos divertidíssimos do Ninão, conta-nos um pouco da sua história. Nos conta como veio a ideia de criar o canal no youtube, relata o primeiro sinal do Ninão de que ele não era apenas um cachorro com um sorriso peculiar, era o próprio retrato do animalzinho que sentia, reagia e se expressava nitidamente bem, com expressões quase humanas. Como também nos mostra o quanto é possível se criar um laço fraternal com um cão, que não só foi fruto de uma adoção mais que acertada, mas de um encontro de almas.

No decorrer do livro conhecemos mais um pouco do Rodrigo e da sua família, que após a chegada do Ninão, passou a se chamar Família Ninônica. Conhecemos toda sua trajetória com o Youtube e todo o seu propósito acerca dele, que nada mais era que passar alegria para quem estivesse assistindo, através de vídeos irreverentes de um cachorro que parecia entender e ser grato pelo seu papel no mundo: divertir as pessoas.

Diferente do youtube, onde a gente já encontra um ninão mega familiarizado com as câmeras, no livro conhecemos tudo que havia por trás de cada nova ideia de Rodrigo para que um novo vídeo do seu melhor amigo pudesse ser publicado. A narrativa é muito descontraída e várias vezes você vai ler sobre os improvisos para a produção de algum vídeo e imediatamente querer correr para o youtube para conferir o resultado.

A relação que Rodrigo tinha com Ninão parecia um encontro de outras vidas e essa sintonia trouxe para o livro muitas lições, das quais todos deveriam tomar partido, como amar sem esperar nada em troca, tirar alegrias de pequenas coisas, valorizar os pequenos detalhes, se cobrar menos, amar mais. Se preocupar menos, ousar mais. Esquecer do improvável, valorizar a presença. E isso tudo, não só Rodrigo conseguiu passar, mas era facilmente perceptível – ainda que soe louco eu estar falando isso -, no próprio Ninão também.

Mas, como infelizmente os animais não vivem para sempre e vivem pouquíssimo tempo, inclusive. A dor da partida um dia chega. E essa parte do livro, mesmo sendo extremamente triste, foi incrível. Porque foi de fato incrível ver todo suor que seu dono derramou para que ele puder viver mais um pouquinho, foi incrível ver Ninão tentando reagir à todas as suas tentativas de salvá-lo. Foi incrível ver que ainda há seres humanos incríveis, que fariam o que fosse preciso pra ter seu animalzinho por perto por mais tempo. É incrível notar que ainda existe amor.

E eis que após a morte de Ninão, este livro ganhou vida. E nele há muito mais do que a história de um rapaz que deu um lar para um cachorro de rua, há uma história de amizade, superação, ousadia, companheirismo, cumplicidade, aventuras, alegria e também de conscientização.

Achei bacana Rodrigo ter sido sincero ao mencionar a aparição do Ninão no programa da Fátima Bernardes e principalmente ter pontuado o que ele não gostou e do quanto ficou frustrado de não ter sido valorizado como ele achou que deveria. Poucas vezes veremos relatos nesse nível de sinceridade e eu prezo muito por isso.

Um ponto que eu discordei um pouco foi a forma como ele generalizou o trabalho dos veterinários por ter ficado tão frustrado com alguns atendimentos que o Ninão teve, principalmente quando a palavra “eutanásia” entrou em questão. Algumas vezes tive que ler coisas como: “é uma indústria que visa apenas lucro, são poucos os profissionais que realmente tem amor pelos animais”. Sou veterinária e sei que realmente em partes, ele está certo. Mas acerca disso tudo há uma série de fatores que precisam ser levados em conta, fatores que devem ser considerados e desconsiderados – e que não vem ao caso no momento, isso é assunto pra outro dia e lugar.

No mais, é o típico livro que vai te fazer começar a ler rindo e terminar chorando. Um livro que vai te deixar mensagens valiosas sobre amor, sobre a vida.
A edição do livro está maravilhosa, a Editora está de parabéns, as fotos foram uma cartada certeira, ficou muito interessante conferir a cada final de capítulo as fotos representando tudo o que foi falado nele. Recomendo!

5 comentários:

  1. Olá Thay!
    Sobre a parte que cita os veterinários. Sim o fator emocional influenciou, influenciou na opção de colocar isso no livro.
    Meu público tem bastante veterinários e estudantes de veterinária e seria totalmente confortável deixar isso de lado.
    Porém foi uma oportunidade de dar uma cutucada naqueles que se aproveitam de seus clientes em momentos de fragilidade.
    Tem certas coisas que não tem como dizer sem gerar algum atrito. A intenção não foi generalizar, mas sim pontuar de forma marcante
    para uma situação que já vi ocorrer anteriormente.
    De forma alguma gostaria de me indispor com profissionais que realmente amam os animais, mas sei que corri o risco.
    Como o livro é narrado pelo Ninão, eu deixei vazar o sentimento da forma como ele veio. Como se fosse alguém desabafando
    sobre algo ruim que ocorreu consigo mesmo, e quando envolve esse tipo de sentimento existe a liberdade para alguns excessos.



    Obrigado pela resenha :)

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    1. Oi, Rodrigo!!!

      Eu consigo entender o que você acabou de falar! Sou veterinária, mas também sou "mãe" de bichinhos, logo eu consigo enxergar qualquer situação dos dois lados.
      Eu entendi perfeitamente sua fragilidade, por esse motivo eu fiz questão de pontuar que você estava frustrado, o que consequentemente estava emocionalmente abalado por toda situação e era natural despejar mesmo sua irritação no livro.
      Mas em contrapartida, como faço parte da classe não poderia deixar passar e concluir a resenha sem essa ressalva, se não a fizesse seria como se eu tivesse pensado: "ah, ele disse que é uma empresa que visa apenas lucro, mas tudo bem".
      Não, não tá, porque não é bem assim!
      Mas agora que você explicou o intuito mais claro de ter usado dessa frase, eu consigo entender melhor. E seria bacana que essa explicação mais clara estivesse entrado lá no livro.
      Mas enfim... isso não tira o brilho dele!
      Eu amei conhecer a sua história e a do Ninão e lamento muito por tudo que aconteceu e pela forma como aconteceu.
      No mais, você fez um belíssimo trabalho...
      Na vida, no livro.
      Parabéns!
      E obrigada por ter vindo fazer esse esclarecimento.
      Sucesso!

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  2. Oi Thay! Eu sou "cachorreira", tenho 4 peludos fofos que são meus amores e, se pudesse, teria mais. Eu sofro com meus bichinhos (com qualquer animal, na verdade), por isso passo longe de livros que tragam animais como o foco/assunto principal, sei que acaba tendo algumas partes mais complicadas ou sensíveis e fico emocionada demais. Acho lindo quem escreve e escreve bem sobre eles, merecem esse carinho, são realmente os melhores amigos do Homem, mas eu evito as leituras.
    Parabéns pela resenha!
    Beijos
    http://espiraldelivros.blogspot.com/

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  3. Oi Thay!
    Gostei muito da resenha desse livro. Nunca li, mas parece ser bem legal.
    AMO cachorros, e sei que se eu ler, vou chorar haha!

    Outono Literário

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  4. ótima resenha mas eu já sei que eu ia ficar chorando em certas partes... É muito triste quando seu bichinho de estimação que na verdade é um membro da família falece, eu perdi meu gato Chokito ano passado e sei como é esta dor.
    Bjs
    https://eternamente-princesa.blogspot.com/

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